quarta-feira, 16 de novembro de 2011

K42 Patagônia 2011


Sábado (12/11/11) eu participei da prova mais difícil de minha vida!
(por Claudio Clasen Schlindwein)




Foram 42 km correndo o tempo todo sobre cinzas de vulcão, e para piorar um pouco, foram 42 km respirando cinzas de vulcão. O ar estava tomado por uma névoa branca, minha primeira impressão é que seria névoa de chuva, de uma garoa fina, mas quando me dei conta, querendo não acreditar, percebi que era uma névoa de cinzas que vinham do vulcão chileno.

A largada foi as 10:00 horas, eu estava pronto! Concentrado e aquecido. Assim que soou o sinal eu disparei, sai correndo forte os primeiros 500 metros, como eu sempre costumo fazer pra me livrar do transito de atletas, nesse momento eu fui o líder da prova rrsss.... doce ilusão!!! Alguns atletas foram me passando e eu fui contando pra saber minha colocação, depois do segundo quilometro ninguém mais passou, eu era o 12º colocado do geral, e estava no meio de um pelotão com mais de 15 atletas.



Comecei a subir a primeira montanha. O km 06 foi maior aclive da prova (250 metros em 01 km), o chão era só cinza fofa, parecia areia de praia, além da subida forte o chão estava muito pesado, nesse momento eu tive que reavaliar todo o planejamento que havia feito e mudar a estratégia, percebi que a prova seria muito mais pesada do que eu imaginava!

Fui seguindo montanha acima, depois de mais de 600 metros de desnível começamos descer. A descida foi insana, eram muitos atletas próximos um do outro, e um colocando pressão em cima do outro o tempo inteiro, em alguns momentos eu era o sexto colocado e logo em seguida já era o décimo quinto, e assim foi indo se alternando posições o tempo inteiro.

Terminando a descida já no km 13, veio a parte mais tranqüila da prova, um sobe e desce suave por uma estradinha de chão, depois de alguns quilômetros novamente uma trilha com cinza fofa morro acima, nada de mais, só uns 200 metros de desnível. A corrida estabilizou, os pelotões foram fracionando e os atletas foram se afastando, nesse momento eu estava alternando de oitava á décima colocação com o brasileiro Iazaldir Feitosa Santana e o argentino Escudero Israel, após o quilometro 25 eles se afastaram.

Comecei a subir o Cerro Bayo como 10º colocado, a ultima e mais difícil montanha da prova, estava no início de uma subida com mais de 700 metros de desnível. A partir desse momento eu comecei a sentir o cansaço.

Estava muito difícil, muito difícil mesmo! Eu já não agüentava mais respirar aquela cinza, correr sobre a cinza fofa montanha acima, comecei alternar entre correr e caminhar, dentro de um bosque com uma paisagem bucólica formada por aquele cenário completamente cinza!



Eu estava exausto, os olhos ardiam e eu estava tonto, a situação exigia muita atenção e estava difícil conseguir enxergar. No quilometro 32, na base da estação de esqui do Cerro Bayo havia um posto de controle da prova com alimentos e bebidas, aqui eu parei.

Sentei porque já não agüentava mais ficar de pé, fiquei parado em torno de 5 minutos, descansando, bebendo água e gatorade, e engolindo gel de carboidrato e bala de sal. Foram longos 5 minutos, foi o momento mais marcante, eu estava me sentindo extremamente fraco, o corpo já não queria mais continuar, a mente queria me fazer parar, daí então... comecei a pensar em tudo aquilo que eu fiz para estar ali, lembrei de meus amigos que me apóiam, de minha família, fiquei ouvindo as pessoas da organização falando, tudo em espanhol, eu pensei... “estou longe de casa pra caramba” nesse momento eu decidi, e pensei... “eu vou terminar essa prova, nem que seja me arrastando, comendo cinzas e terminando em último lugar, mas eu vou terminar, eu vou até o fim” daí então levante e sai caminhando, ainda faltavam 3 km montanha acima.

Sai caminhando sem olhar pra trás, apenas ouvi alguém falar “es lo brasileño camiñando? e alguém respondeu “si, és lo brasileño” e eu pensei... “caramba, mais gente vai me passar” nesse momento eu era o 12º. Instante depois não deu outra, eu com muito esforço conseguia apenas caminhar, três atletas que alternavam entre correr e caminhar me passaram.

Cheguei ao alto do Cerro Bayo em 15º, quando começou a descida eu já conseguia ouvir o locutor da linha de chegada, faltavam apenas 7 km, montanha abaixo quase todo o tempo.

Comecei a correr novamente, senti uma força que eu acreditava não existir mais, comecei a correr como um maluco montanha abaixo, na trilha fui encontrando quem havia me passado, fui passando 1, 2, 3, 4 e no último quilometro da prova ainda consegui passar mais um atleta e terminar a prova em 10º lugar na classificação geral, com o tempo de 4h13min.



Jamais vou esquecer desses momentos, foram horas de muita luta. Um grande aprendizado.

Agradeço a todos aqueles que me incentivam e me apóiam, nos momentos mais difíceis da prova, eu lembro de vocês!

Video oficial da prova: http://vimeo.com/32145101

Obrigado

Claudio Clasen Schlindwein

Comandante Claudio no K42- Patagônia argentina

 Claudio participou neste útimo final de semana da prova de montanha K42 na Patagônia argentina. Foram 42 km de trilhas , subidas íngremes e muitos "down hills" com bastante poeira de vulcão para " impregnar os pulmões" , foi o que falou nosso amigo após a chegada.
 Com milhares de participantes de várias partes do mundo, nosso Comandante ficou em décimo no geral e mostrou mais uma vez que garra , determinação e muito treino são os ingredientes básicos para chegar na frente.
Parabéns Comandante por mais uma prova "Casca Grossa" !!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Jean nas alturas

 Finalmente depois de uma quadra de frio constante um dia bom para voar em Urubici. Vento NO com muitas térmicas secas em todos os arredores.

 Jean começou o voo engatando na residente da direita, jogou para a pedreira e trabalhou em um lindo canhão, pousando na localidade do Baiano. Não sem antes fazer um pequeno lift no morro Pelado. 
 
Aumentem esta foto e vejam a altura em que o Jean foi...

Assistam algumas imagens deste belo voo .